segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

E que se danem os erros...







"Não. Não quero a faca. Tampouco o queijo. Quero a fome. A fome constante e insaciável. Quero o afã. O desejo. Quero a dor mais profunda e intensa...

Não. Não quero a faca.Tampouco o queijo. Eu quero o desejo: Ébrio, lúcido, louco, viril,sem rumo, comportado, contraditório. Mas sobretudo, humano!!!

Não. Não quero o desejo. Eu quero mais...
Quero sentir o pulso, pulsando, batendo, cortado,sangrando...

Eu quero mais...
Eu quero as batidas dissonantes do meu coração: aberto, rasgado, dilacerado pelo desejo de experimentar o novo a cada dia!

Ah como eu quero...

Quero que me encontres.Mesmo sem saber se estou perdido ou não;
Quero que me aches nas incertezas e dúvidas do meu coração; 
Quero que me tenhas, mesmo quando eu não me tiver;
Quero que sejas, quando eu não for;
Quero que grites, quando do meu peito não sair som;
Quero que me respires e que de mim, tu sejas feito;
Quero que me ames, com um amor que ainda não conheçi e que me beijes com um lábio suculento de desejo vil e imoral;
Quero que sejas aquilo que nunca fui: uma alma disposta a sentir a dor do amor nas suas plenitudes.


Ah como eu quero...

Quero perder de vez minhas certezas mais convictas e quero de volta minha juventude: demente, tosca, louca, inacabada, imprecisa, incerta, extravagantemente retraída e pouca vivida.

Onde estão os sábios que me diziam o que eu tinha que sentir?
Onde estão os generais que aprisionaram meus sentimentos nos calabouços frios e inertes?
Heróis de um mundo visceral, cercados por certezas advindas de um medo de sair da caverna e descobrir a luz.


Luz.A bendita luz que levou de mim,meus olhos.
Depois dela, sei apenas que não sei.
Será a luz o amor? Ou é o amor a luz?
Sei apenas hoje, porém, que não tenho a luz...

...Tampouco os olhos...


...e muito menos o amor!



De certo,ficou apenas a esperança.
Amiga leal e traiçoeira!
Afiada como a navalha,
e sutil como o anoitecer!

Bendita esperança!
Tu me enganas, fazendo-me crer que meus erros hoje,
são bem menores do que antes;

Bendita esperança!
Tiraste minha culpa e faz-me viver próximo da perfeição e dos campos elísios!


E o que fizeste aos meus erros?
E que se danem os erros!
A perfeição é para os anjos e não para imprestáveis como eu!

Bendito são os que erram!
Aos que tem medo de tentar e errar, destina-se o tártaro, com milhões de demônios igualmente infelizes!
Os últimos ainda mais felizes,por que escolheram seus próprios destinos.

Aos que gemem e sentem a dor da ação, meus sinceros elogios!
Por que morte pior não há destinada, se não aqueles que passaram pela vida, e não souberam vivê-la.
Assim como eu..."